sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Fresno - Infinito

Infinito, o novo disco da Fresno foi lançado ontem. E na verdade não é tão surpreendente quanto se pregou antes de seu lançamento. 

Para quem ouviu Revanche (2010) e o EP Cemitério das Boas Intenções (2011), sabia que podia esperar alguma coisa próxima daquilo, ou mais pesada e rápida.

E é exatamente isso que acontece logo na primeira faixa. Homem Ao Mar é um tiro rápido de menos de três minutos. A bateria implacável de Bell, juntada com as guitarras igualmente poderosas de Vavo e Lucas, sendo estas devidamente bem separadas dos teclados de Mário Camelo (grata surpresa, aliás), mostram a Fresno chegando para quem ouve como um pé na porta.

Na sequência, temos aquela que tem tudo para ser, de longe, o maior hit do disco. Infinito já havia sido lançada como single há algum tempo. Aliás, embora a banda diminua o ritmo aqui, ainda sente-se a forte presença das guitarras, mas ainda assim com um enorme potencial radiofônico. 

Em tempo, não há como falar de Infinito sem citar seu clipe cinematográfico. Com imagens captadas do espaço, é sem dúvida um dos melhores vídeos produzidos nos últimos anos.

Embora nesse novo trabalho a Fresno consiga se livrar de qualquer rótulo anteriormente imposto a eles, sobretudo o emo, Maior Que as Muralhas ainda traz referências do movimento e faz lembrar Kings and Queens, do 30 Seconds to Mars, que diga-se de passagem, é uma boa música.

E falando em buscar referências no passado. A banda mergulha em sua própria discografia na busca para a composição de novos sons e com isso aparece Seis, soando como o meio do caminho entre Ciano (2006) e Redenção (2008). Aliás, Sobreviver e Acreditar, ao menos em partes, também segue nesse mesmo caminho, parecendo uma versão 2.0 de Passado (Redenção, 2008), inclusive tendo sequência de notas e estrutura ligeiramente parecidas.

A justificativa de Mário Camelo ser a grata surpresa desse disco encontra-se em Cativeiro (Ana Cruse). A pegada forte dos sintetizadores juntamente com o peso das guitarras e do baixo (instrumento esse gravado por Lucas, dada a saída de Tavares), faz com que essa faixa tenha um energia incrível.

Em Sutjeska a banda diminui o ritmo de forma drástica, trazendo aqui para quem ouve um instrumental levado pelo violão que ganha o apoio de outros instrumentos ao longo da faixa. Serve para recuperar o fôlego depois da velocidade e da intensidade das faixas anteriores. Emendada nela, começa Farol, que tem em si uma sonoridade absolutamente pop. Inevitavelmente deverá ser a próxima música do álbum a tocar no rádio.

Ao que parece, a banda estrategicamente pensou em deixar o melhor para o final. Vida (Biografia em Ré Menor) traz na letra um resumo da vida, embora Lucas procure, ao menos às vezes, potencializar isso de uma forma bem mais intensa do que as coisas realmente são.

No que se refere à sonoridade, é impossível deixar de lembrar o Muse. Seja nos pianos incisivos das partes mais lentas, nos corais apoiados pela bateria e pelo baixo, soando como um dream-pop acelerado ou pela raiva contida nas guitarras nas partes mais rápidas.

Aliás, em vários momentos não só desse disco, mas a influência que a banda de Matt Bellamy exerce sobre o grupo de Porto Alegre é gritante. A própria Fresno nunca escondeu isso. Chega a ser até divertido ver que criador e criatura lançaram seus melhores álbuns no mesmo ano.

3 comentários:

  1. Tem algo a mais pra falar sobre o disco? Acho que não, rs.

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  2. Até gostei da sua resenha, mas acho que nem ao menos citar "O Resto é Nada Mais" e "Diga Parte 2", entre os grandes destaques do disco foi um erro imperdoável!

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