sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dance Para o Rádio (Entrevistas) - Jess (Depois do Fim)


Ontem a banda Depois do Fim, lançou oficialmente o videoclipe de Sei Que Um Dia. A estreia foi um sucesso, os fãs da banda levantaram a tag SeiQueUmDia e foram pros trending topics do Twitter em menos de meia hora. Foram tanto acessos, que o site depoisdofim.com e o YouTube travaram por alguns longos minutos.

Algumas pessoas não entenderam a proposta da banda. Então, tire suas dúvidas e conclusões, veja em primeira mão, uma entrevista com a Jess Camacho, vocalista da banda, contando tudo sobre o clipe:

Jess, conta pra gente como foi feita a escolha da música, o roteiro, pra esse clipe? Já estava decidido fazer um clipe pra música Sei Que Um Dia, com personagens zumbis?
Assim que gravamos o Nada é pra sempre já fomos pensando no lançamento de um próximo clipe. No começo estávamos em duvida sobre qual musica fazer, mas não tinha como, quando lançamos o EP uma das musicas que a galera mais falava pra gente era a Sei que um dia. E como são eles que mandam... Tivemos diversas reuniões antes de definir roteiro e como isso iria ser feito, até que depois de uns dois meses pensando nisso a preta sugeriu "Porque não fazemos com zumbis?" E a partir daí a idéia fluiu muito bem e em menos de um mês já estavamos nos preparando pra gravar.

Quanto tempo foi desde a ideia/gravação/lançamento?
A primeira reunião de roteiro foi mais ou menos em fevereiro se não me engano, gravamos em abril (segunda, sexta e domingo) e lançamos ontem, dia 14. Demorou um pouquinho, a gente tentou fazer tudo com a maior calma possível pra no final tudo dar certo.

Onde foram feitas as gravações?
Fizemos os dois primeiros dias em São José dos Campos, em locações escolhidas pela produção e direção. E o ultimo dia no mesmo estúdio onde costumamos ensaiar, aqui em São Bernardo do campo.

Como foi feita a seleção dos atores?
A parte mais difícil foi achar o ator mirim, nosso pequeno Raul. Ainda mais por ser um clipe com zumbis, iriamos precisar da autorização dos pais e que a criança não fosse se assustar com as maquiagens. O nosso diretor já conhecia o Raul de um outro clipe que ele tinha feito e nos mandou o video. Nos apaixonamos na hora! A partir daí já fizemos o contato com a mãe dele. O Billie Joe é a mesma pessoa que fez as maquiagens, o cara é um artista completo.

De quem foi a ideia dos Teasers?
Partiu do diretor Pedro Quadros. Enquanto a gente gravava as cenas ele já ia filmando tudo e pensando nas sequencias.

Pra quem não sabe, a Depois do Fim é uma banda independente mas conta com a ajuda de alguns parceiros. Quais são? Rolou também um financiamento, como foi pra vocês atingirem a meta em tão pouco tempo? Vocês esperavam conseguir?
Exato, temos parcerias com: Brutal kill, Elephant Clothing, Acyd e com a boa alma que mexe nos nossos cabelos Jéssika Kischner. Como somos uma banda independente, tudo que fazemos sai do nosso bolso, e infelizmente não temos tantos recursos assim. O Pedro nos deu a ideia de fazer um "financiamento colaborativo", eu já conhecia alguns projetos que tinham feito, então a Preta montou um projeto e enviou para o Catarse. Nós assustamos quando atingimos a meta em tão pouco tempo. Sempre soubemos que temos os melhores fãs do mundo, mas quando o assunto é dinheiro fica mais dificil. Mesmo assim a galera caiu de cabeça nisso com a gente e fizeram com que esse clipe fosse gravado.

Cada um interpreta as coisas de uma maneira. O que exatamente vocês quiseram expor nesse clipe? Explica pra gente, porque muitos não entenderam.
As pessoas tem medo de se mostrar, de mostrar o que realmente são, por acharem que a sociedade vai julga-las erroneamente. O clipe fala basicamente sobre isso. Como já foi dito antes, é uma "Critica teen" sobre o preconceito sofrido por outras raças, seja ela zumbi, religiosa, étnica. Quem não se prende ao zumbi consegue entendê-lo facilmente.

Quais são os próximos projetos da Depois do Fim?
Ainda é meio cedo pra pensar nisso, como o clipe foi lançado a apenas um dia queremos antes trabalhar todas as opções possíveis com ele. Foco total.

Deixa um recado pra galera:
Muito obrigada por toda a ajuda e apoio que vocês tem nos dado. Continuem assistindo ao clipe e espalhando para o máximo de pessoas, vocês são a engrenagem de tudo. Se cuidem, um grande beijo desses 5 bestas aqui.

terça-feira, 12 de junho de 2012

The Stone Roses - Second Coming

Quando o Stone Roses, uma das bandas mais populares e influentes da história do Reino Unido resolveu lançar seu segundo disco, percebeu que já não era mais tão popular assim.

A distância de tempo entre esse novo lançamento e o début era de cinco anos. Em 1994, embora estivesse em queda livre com o suicídio de Kurt Cobain, o grunge ainda era o estilo mais popular do rock na época, embora viesse perdendo espaço para o britpop de Oasis e Blur, que eles próprios, os Roses, ajudaram a criar.

Ainda que contasse com os vocais nasalados de Ian Brown e a levada dançante da bateria, os Roses haviam perdido a magia do primeiro disco.

As guitarras de John Squire perderam bastante em originalidade e foram para um lado mais Led Zeppelin da coisa, com riffs mais agressivos, embora menos marcantes e cativantes.

Os melhores exemplos disso são Driving South e Love Spreads, que em todo caso, são boas músicas, mas ainda assim, não soam como deveriam soar, não soam como Stone Roses.

O disco também abusa de experimentalismos, dando uma certa ideia do que Brown faria dali pra frente em sua carreira solo.

Como em Straight to the Man, que traz elementos de rock, reggae, ska, linhas de baixo de blues, uns efeitos eletrônicos e uma percussão que faz alusão a uns sons mais africanos. Vendo desse modo, até parece que é uma bagunça sem fim, mas Brown mostra desde então que consegue misturar elementos de diferentes vertentes e fazer funcionar.

Mas nem tudo era diferente no segundo disco da banda. Em dados momentos, eles ainda conseguem soar como o Stone Roses do fim da década de 80 que junto com os Happy Mondays, invadiu todas as casas de shows de Manchester e as paradas do Reino Unido.

Um desses momentos é Daybreak, cujo maior ponto positivo é o trabalho feito pela cozinha da banda, com o baterista Reni e o baixista Mani, levando a faixa numa batida bem suingada.

Mas como se pode perceber, Second Coming é um disco difícil, e desde então classificado como tal pela crítica especializada. Aliás, há de se dizer que é um trabalho de tão difícil aceitação que até mesmo os próprios fãs da banda chegaram a rejeitá-lo. Tendo isso em vista, a banda sucumbiu e cada um dos membros decidiu tomar seu rumo na vida. 

Mas por outro lado, a boa notícia é que depois de quase vinte anos, eles estão de volta. Se com um material novo, e bom, isso já é outro problema, mas que, os Roses estão de volta, estão.

domingo, 10 de junho de 2012

David Bowie - The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars

Por: Luis Eduardo Veloso Garcia

Nesta semana um dos maiores clássicos da história do rock completou 40 anos, com direito a uma edição remasterizada pra completar a festa!

Sim, estamos falando do Camaleão do Rock, o grande David Bowie, em sua mais audaciosa viagem conceitual: The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars.

No enredo da viagem conceitual-espacial, a vinda do marciano Ziggy Stardust para a Terra, avisando em de forma dolente em Five Years que o fim de nossa existência estava próximo.

Em suas andanças pelo planeta azul, ele fala sobre o amor em Soul Love, descobre o rock em seus mais variados estilos – indo do rockabilly Suffragette City, passando pelo folk em It Ain’t Easy, chegando ao progressivo em Moonage Daydream, indo ao contry em Starman, e chegando ao blues em Rock 'n' Roll Suicide e ao soul em Soul Love.

Forma uma banda, The Spiders from Mars, vira um rockstar, apresenta o glamour e excessos dessa vida, até concluir essa ascensão the rise na grande queda the fall do trágico e inevitável suicídio, tanto na ultima faixa do disco Rock 'n' Roll Suicide quanto no clássico show no Hammersmith Odeon de Londres, em 1973, a última apresentação de Bowie como Ziggy Stardust.

Fazendo deste disco o advento do glam rock dos anos 70, e responsável por influenciar diretamente gerações seguintes do rock (do punk, do metal, do pop, da musica eletrônica, etc.), e não só na musica, mas também na importância que daria ao teatro e a moda para acompanhar a definição de um verdadeiro artista, este álbum – assim como tantos outros do gênio Bowie – é daqueles que definiram os caminhos da indústria fonográfica, e que, claro, continuará fazendo parte de todas as listas de melhores discos de todos os tempos merecidamente.

sábado, 9 de junho de 2012

The Smiths - The Queen is Dead

Antes de qualquer coisa, The Queen is Dead é de longe a peça mais ambiciosa dos Smiths

Não a toa, o disco é tratado na Inglaterra como um objeto sagrado, de devoção.

O título que o álbum traz consigo e a faixa título, que por sinal abre os trabalhos, mostra uma bateria implacável e linhas de baixo bastante hiperativas, bem como as camadas de guitarra gravadas por Johnny Marr.

Basicamente, The Queen is Dead, a música, é uma crítica feroz a algumas instituições dominantes do Reino Unido, tal como a Igreja e a Monarquia.

Aliás, não se deixe enganar. O disco é todo marcado por críticas, independente de melodias agradáveis e divertidas, como em Frankly, Mr. Shankly

E por falar em melodias agradáveis, Bigmouth Strikes Again é uma das faixas mais controversas não só desse disco, mas bem como da carreira dos Smiths. Nela, Morrissey ironiza a imprensa, que deu uma cobertura sensacionalista sobre um comentário feito por ele, cujo qual, ele lamenta que a então Primeira-Ministra Britânica Margareth Thatcher tenha escapado de um atentado a bomba.

Quando foi dito no começo do texto que era a peça mais ambiciosa da banda, não podemos dar outro nome a não ser esse. Peça. Como em Vicar in a Tutu, que é uma sátira deliciosa levada num ritmo quase country, contando a história de um vigário que se diverte em roupas de bailarina. Agora tomem um tempo para imaginar como seria isso no teatro. Divertido, não? Pois é.

Já em There is a Light Never Goes Out, peça fundamental não só do disco, ou da banda, mas do rock britânico de modo geral, Morrissey e Johnny Marr fazem uma espécie de reflexão mais aprofundada de vida, morte e amor, melodicamente levada por teclados que traduzem toda a angústia presente na faixa.

O disco é encerrado então com Some Girls Are Bigger Than Others, que logo de cara já chama a atenção por conter toda aquela sonoridade oitentista que muitas bandas procuram imprimir em seu som até os dias de hoje.

Em uma análise final das letras de The Queen is Dead tendo como referência o contexto e a intencionalidade na qual elas foram escritas, sejamos honestos: Morrissey é Shakespeare dos tempos modernos. Ou pelo menos era, em 1986.

E a título de informação, agora no próximo dia 16 o disco completa 26 anos de lançamento. Então, caso você nunca tenha ouvido o álbum ou sequer conheça os Smiths, tá aí uma ótima oportunidade.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sex Pistols - Never Mind the Bollocks


Com apenas um disco oficial, os Sex Pistols conseguiram colocar seu nome na história do rock n' roll como uma das bandas mais influentes de todos os tempos. A rebeldia, os ataques diretos a tudo e todos, a irreverência e a mistura de dois personagens muito carismáticos, sem dúvida, ajudaram nisso.

Formados pelo empresário Malcolm McLaren em 1975, os Pistols eram originalmente Johnny Rotten (vocal), Steve Jones (guitarra), Glen Matlock (baixo) e Paul Cook (bateria).

Apesar de ser o melhor músico do grupo, Matlock foi expulso antes das gravações de Never Mind the Bollocks por gostar dos Beatles e por suas constantes brigas com o vocalista; e substituído pelo melhor amigo de Rotten, John Ritchie, mais conhecido como Sid Vicious, que não sabia tocar uma nota.

O fato de Vicious não saber tocar gera uma fama negativa para a banda, já que muitos dizem que nenhum deles sabe. Mas é necessário mencionar que, em termos de punk rock, Steve Jones é muito melhor na guitarra do que outros músicos consagrados do gênero, como Johnny Ramone, o que pode ser verificado pelos solos de guitarra do disco, como em Anarchy in the UK, God Save the Queen e o simples, porém eficaz, riff de Pretty Vacant.

Never Mind The Bollocks inicia com Holidays in the Sun e seus passos de marcha, que logo no início apresentam a ferocidade a que os ouvintes serão submetidos nos 38 minutos subsequentes, representada principalmente nas letras, e a música serve como reforço para tal sentimento.

A agressividade é contra tudo e todos: o governo inglês, a Rainha, a sociedade conservadora e contra eles próprios. Bodies conta a história de uma garota que fez um aborto sem assumir posição nenhuma a respeito do tema. God Save The Queen, lançada exatamente no dia do Jubileu da atual monarca Elizabeth II e que acabou proibindo a banda de tocar sob o solo de propriedade dela (eles acabaram fazendo um show em um barco e sendo presos ao desembarcar), é uma das músicas mais famosas da banda e também uma das mais raivosas, que representa, no fundo,todo o desprezo do álbum.

EMI ataca a gravadora A&M (que os expulsou por falarem palavrões na televisão); Seventeen assume o estilo de vida niilista deles, assim como Pretty Vacant. O grito mais famoso do álbum, Anarchy in the UK, é pura provocação, e reza a lenda que era a única música que Sid Vicious sabia tocar (todas as linhas de baixo do disco foram gravadas por Steve Jones, tocando as músicas uma oitava abaixo do normal em sua guitarra).

Todas as melodias são muito influenciadas pelos Kinks e Animals, bastante simples e passando toda a mensagem necessária. É um álbum muito agradável de se escutar para aqueles com ouvidos não muito sensíveis à desordem, e uma verdadeira aula de como fazer rock n' roll de qualidade sem saber direito como. Clássico com C maiúsculo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

The Smashing Pumpkins - Siamese Dream

Lançado em 1993, Siamese Dream marcou o início da evolução do som do Smashing Pumpkins e da ambição desenfreada de Billy Corgan em fazer algo realmente grande.

Aliás, muito do que está escrito nesse disco se deve ao fato de a banda estar passando, na época, por muitos conflitos internos. 

O guitarrista James Iha e a baixista D’arcy Wretzky haviam terminado seu relacionamento; o baterista Jimmy Chamberlin estava com sérios problemas com drogas e com álcool e Billy Corgan encontrava-se em depressão.

Ou seja, ou Siamese Dream emplacava os Pumpkins de vez como uma das grandes bandas dos anos 90, ou o futuro seria incerto.

E então, o disco é iniciado com Cherub Rock (sim, aquela de algum Guitar Hero da vida), que com as guitarras sujas que perduram nos discos da banda até hoje, ainda faziam lembrar boa parte de Gish (1991). Na sequência, Quiet segue na mesma linha.

Por outro lado, Today e Disarm, que são os maiores êxitos de Siamese Dream mostram com mais clareza a veia poética de Corgan, traduzidas em boas letras e arranjos tempestivamente bem colocados, e nesse caso, com um destaque maior para a segunda. 

É de se dizer que certamente as sessões de terapia pelas quais Corgan passou possuem grande responsabilidade na composição dessas faixas.

Soma também é outra das faixas mais calmas, mostrando um processo natural de evolução pelo qual a banda estava passando, num momento em que Corgan e Iha pareciam começar a compreender que nem tudo no rock eram guitarras distorcidas e vocais nervosos.

Mas como ainda era a banda que havia lançado Gish dois anos antes, Siamese Dream ainda tem, em sua maior parte, um turbilhão de emoções, musicalmente traduzidos para linhas de baixo aceleradas e baterias implacáveis.

Assim, conclui-se que Siamese Dream pode ser considerado o meio da ponte entre o semiamadorismo de Gish e a grandiosidade de Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995).

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Blur - Parklife

Antes do Blur lançar seu disco homônimo em 1997 com os hits Song 2 e Beetlebum, seu disco mais aclamado havia sido lançado três anos antes.

Parklife foi o disco que elevou o status do Blur de grande banda de rock, pelo menos dentro do Reino Unido, onde diga-se de passagem, até os dias de hoje a popularidade e o culto a banda é meio restrito a Terra da Rainha.

O disco é um verdadeiro desfile de hits do início ao fim. A eletrônica e dançante Girls & Boys abre o álbum mostrando que desde os tempos mais remotos Damon Albarn gostava de inovar, experimentar e mudar seus sons de um disco para o outro.

Outra aposta da banda em Parklife foi investir em faixas curtas, como Jubilee, a quase balada End of a Century e a insana Bank Holiday.

Quanto as letras de Parklife, levando em consideração todo o contexto da época, a dupla Albarn e Coxon trabalha para conseguir fazer um misto de crítica social e entretenimento pop. E como era de se esperar, eles conseguem até com certa facilidade.

Musicalmente falando, Parklife é notadamente o disco mais afinado do Blur, se assim podemos dizer. A química entre o vocalista Damon Albarn, o guitarrista Graham Coxon, o baixista Alex James e o baterista Dave Rowntree era melhor do que nunca.

Até mesmo faixas não tão famosas como a excelente Trouble in the Message Centre apontam uma qualidade invejável. As linhas de baixo de James nessa faixa são o principal atrativo dela.

É óbvio também, que não dá pra falar de Parklife sem comentar sobre a faixa que dá nome ao disco. Ela traz consigo uma mistura louca de sons que só funciona se orquestrada pela mente inquieta de Albarn; sem contar claro, o clipe, que pode ser definido como simplesmente espetacular.

Em suma, Parklife foi um disco tão a frente do seu tempo, mas tão a frente, que em dados momentos ele faz até remeter coisas em que Albarn trabalharia no Gorillaz anos mais tarde.

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