Lançado em 1993, Siamese Dream marcou o início da
evolução do som do Smashing Pumpkins e da ambição desenfreada de Billy Corgan
em fazer algo realmente grande.
Aliás, muito do que está escrito nesse disco se deve ao
fato de a banda estar passando, na época, por muitos conflitos internos.
O
guitarrista James Iha e a baixista D’arcy Wretzky haviam terminado seu
relacionamento; o baterista Jimmy Chamberlin estava com sérios problemas com
drogas e com álcool e Billy Corgan encontrava-se em depressão.
Ou seja, ou Siamese Dream emplacava os Pumpkins de vez como uma das
grandes bandas dos anos 90, ou o futuro seria incerto.
E então, o disco é iniciado com Cherub Rock (sim, aquela de algum Guitar Hero da vida), que com as
guitarras sujas que perduram nos discos da banda até hoje, ainda faziam
lembrar boa parte de Gish (1991). Na sequência, Quiet segue na mesma
linha.
Por outro lado, Today e Disarm, que são os maiores êxitos
de Siamese Dream mostram com mais clareza a veia poética de Corgan, traduzidas
em boas letras e arranjos tempestivamente bem colocados, e nesse caso, com um
destaque maior para a segunda.
É de se dizer que certamente as sessões de terapia pelas quais
Corgan passou possuem grande responsabilidade na composição dessas faixas.
Soma também é outra das faixas mais calmas, mostrando um
processo natural de evolução pelo qual a banda estava passando, num momento em
que Corgan e Iha pareciam começar a compreender que nem tudo no rock eram
guitarras distorcidas e vocais nervosos.
Mas como ainda era a banda que havia lançado Gish dois
anos antes, Siamese Dream ainda tem, em sua maior parte, um turbilhão de
emoções, musicalmente traduzidos para linhas de baixo aceleradas e baterias
implacáveis.
Assim, conclui-se que Siamese Dream pode ser considerado o
meio da ponte entre o semiamadorismo de Gish e a grandiosidade de Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995).
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