sábado, 9 de junho de 2012

The Smiths - The Queen is Dead

Antes de qualquer coisa, The Queen is Dead é de longe a peça mais ambiciosa dos Smiths

Não a toa, o disco é tratado na Inglaterra como um objeto sagrado, de devoção.

O título que o álbum traz consigo e a faixa título, que por sinal abre os trabalhos, mostra uma bateria implacável e linhas de baixo bastante hiperativas, bem como as camadas de guitarra gravadas por Johnny Marr.

Basicamente, The Queen is Dead, a música, é uma crítica feroz a algumas instituições dominantes do Reino Unido, tal como a Igreja e a Monarquia.

Aliás, não se deixe enganar. O disco é todo marcado por críticas, independente de melodias agradáveis e divertidas, como em Frankly, Mr. Shankly

E por falar em melodias agradáveis, Bigmouth Strikes Again é uma das faixas mais controversas não só desse disco, mas bem como da carreira dos Smiths. Nela, Morrissey ironiza a imprensa, que deu uma cobertura sensacionalista sobre um comentário feito por ele, cujo qual, ele lamenta que a então Primeira-Ministra Britânica Margareth Thatcher tenha escapado de um atentado a bomba.

Quando foi dito no começo do texto que era a peça mais ambiciosa da banda, não podemos dar outro nome a não ser esse. Peça. Como em Vicar in a Tutu, que é uma sátira deliciosa levada num ritmo quase country, contando a história de um vigário que se diverte em roupas de bailarina. Agora tomem um tempo para imaginar como seria isso no teatro. Divertido, não? Pois é.

Já em There is a Light Never Goes Out, peça fundamental não só do disco, ou da banda, mas do rock britânico de modo geral, Morrissey e Johnny Marr fazem uma espécie de reflexão mais aprofundada de vida, morte e amor, melodicamente levada por teclados que traduzem toda a angústia presente na faixa.

O disco é encerrado então com Some Girls Are Bigger Than Others, que logo de cara já chama a atenção por conter toda aquela sonoridade oitentista que muitas bandas procuram imprimir em seu som até os dias de hoje.

Em uma análise final das letras de The Queen is Dead tendo como referência o contexto e a intencionalidade na qual elas foram escritas, sejamos honestos: Morrissey é Shakespeare dos tempos modernos. Ou pelo menos era, em 1986.

E a título de informação, agora no próximo dia 16 o disco completa 26 anos de lançamento. Então, caso você nunca tenha ouvido o álbum ou sequer conheça os Smiths, tá aí uma ótima oportunidade.

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