quinta-feira, 10 de maio de 2012

Beady Eye - Different Gear, Still Speeding

Tão logo Noel Gallagher saiu do Oasis, Liam Gallagher anunciou que não continuaria com a banda sem o irmão. De fato, não fazia sentido continuar. Era como uma pessoa viver sem cérebro.

Então, Liam e os outros membros restantes do que era o Oasis decidiram montar o Beady Eye, dentre eles, Gem Archer, amigo pessoal de Noel desde antes mesmo da entrada dele na finada banda, em idos de 1999.

E tão logo foram anunciadas as atividades do novo grupo, foi adicionado um novo membro a banda, Jeff Wooton, para o baixo, uma vez que Andy Bell voltava a tocar guitarra, seu instrumento de origem, dos tempos de Ride e Hurricane #1

Nisso, o quinteto tratou de se enfiar no estúdio e iniciar o processo de gravação de um novo disco, e então, eis que sai Different Gear, Still Speeding, e é sobre ele que a gente vai falar um pouco sobre.

Ao dar o play no disco e ouvir Four Letter Word, a primeira impressão que se tem, é de que essa faixa provavelmente seria single num eventual próximo disco do Oasis. Ou pelo menos tinha potencial para ser. Four Letter Word é empolgante do início ao fim, com guitarras empolgantes e uma bateria implacável.

Outra que chama muita atenção, e justamente por isso se tornou a música mais bem sucedida do disco, The Roller. Mas diferentemente da faixa de abertura, ela é mais tranquila, bem ao estilo de algumas baladinhas do Oasis.

Inclusive, pode até ser enjoativo depois de um certo tempo, mas as comparações de algumas faixas do Beady Eye com as do antigo grupo de Liam são inevitáveis. Primeiro, pela voz. Segundo, pela sonoridade. 

Mas por outro lado, há faixas que desentoam totalmente do que o Gallagher menos talentoso vinha fazendo nos últimos 15 anos. Beatles and Stones e Bring the Light são os maiores exemplos disso.

Para a composição de ambas, a banda foi buscar influências nas décadas de 50 e 60, nos primórdios do rock n' roll. A primeira soa como uma música do The Who. Rápida, insana e com uma mensagem de fácil captação. A segunda, por sua vez, é uma surpresa das grandes, pois em outros tempos, dificilmente se imaginaria Liam Gallagher cantando uma música com um piano rápido ao melhor estilo Jerry Lee Lewis e com corais femininos.

Mas tão logo acaba a histeria de Bring the Light e a banda volta a investir em músicas mais lentas e alongadas, tal como a bonitinha For Anyone e a belíssima Kill for a Dream, que soa como uma continuação de algo como Stop Crying Your Heart Out (Heathen Chemistry, 2002).

Mas não, o disco não vai acabar lento. Standing on the Edge of the Noise aparece como uma espécie de flashback, nos fazendo remeter ao Liam de Definitely Maybe (1994), quase num mashup de Cigarettes & Alcohol e Bring it on Down.

O álbum podia ser encerrado em The Beat Goes On, que se tivesse sido reconhecido o valor dela, teria tudo pra ser uma das grandes músicas dessa geração, além dela ter uma roupagem de encerramento de disco.

Mas a banda ainda tinha folego para mais uma faixa. E das longas. The Morning Son, de pouco mais de 6 minutos, fecha o disco de uma forma bem diferente da qual ele começa. Aliás, há quem diga que nessa música há um recado para Noel, embora Liam negue.

No mais, com o High Flying Birds de Noel sendo lançado pouco tempo depois, ficou a ratificação de quem era o Gallagher mais talentoso, o mais velho. 

Porém, Liam, com a ajuda fundamental de Bell e Archer surpreende ao mostrar que era possível fazer um bom disco sem Noel. É bem verdade que não é um disco espetacular, como costumavam ser os do Oasis, mas é bom. Aliás, é muito melhor do que as pessoas esperavam.

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