sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pato Fu - Isopor

Muita gente pensa que o Pato Fu é uma banda que tem uns hits isolados ao longo da carreira e que sempre ficou na sombra de outras bandas consagradas, tais como o Capital Inicial, Skank, dentre outras.

Ledo engano. O Pato Fu é de longe uma das bandas mais legais que o rock nacional já produziu, fazendo uma mistura de estilos e sons, transitando entre rock e o pop, juntando guitarras distorcidas e batidas de techno.

Em 1998 eles já haviam acertado a mão e feito o excelente Televisão de Cachorro, mas um ano depois, quando se pensava que não dava pro nível subir mais, deu. E eles lançaram Isopor.

E o disco é aberto logo com uma faixa que veio a se tornar um dos maiores clássicos da banda, Made In Japan. Cantada em japonês, ela ainda tem o refrão que faz referência aos Muppets. Moral da história: Definitivamente, John Ulhoa não podia ter tido uma sacada melhor do que essa. Ou até podia, mas veremos ao desenrolar do album.

O clipe de Made In Japan também é outro aspecto a ser destacado. A primeira impressão ao ver o vídeo é de que em hipótese alguma ele foi filmado/produzido aqui no Brasil. Mas por mais incrível que pareça, foi.

Na sequência, a faixa que dá nome ao disco, Isopor. Tem uma batida techno marcando e um baixo com efeito no pedal, a musica segue uma linha só durante todo o seu tempo.

Adiante, não só o maior hit desse disco, mas talvez o maior de toda a história da banda: Depois. Afinal de contas, quem não se lembra desses versos clássicos:


“Quando penso em nós dois, deixo tudo pra depois / Quando penso em nós três, fica pra outra vez”

Acerca da interpretação da letra, podemos imaginar duas possibilidades óbvias; ou que se trata de um triângulo amoroso, ou então de um casal que planeja ter um filho.

Um Ponto Oito é a faixa mais longa do disco e começa com uma guitarra com um riff bem distante do que se entende por convencional. Sonoramente, ela faz o Pato Fu parecer uma banda muito antiga – muito. Aos 03:40 a musica cresce e começa uma quebradeira geral, mas ainda com o mesmo riff.

Imperfeito começa de um jeito um tanto quanto experimental, mas conforme a musica se desenvolve, ela vai tomando formas de Pato Fu mesmo, soando como tudo que a banda já fez antes.

Morto é a primeira musica nesse disco cantada por John Ulhoa. E logo de cara ela já impressiona pela mistura de sons feita nessa faixa. Funk, ska e punk rock. Pode parecer estranho de se ler, mas quando se ouve a musica, nota que não podia ter ficado melhor. Aliás, se melhorar estraga.

Em seguida, sem dúvida a melhor faixa do disco: O Filho Predileto do Rajneesh. Ela traz um riff poderoso, uma base bem marcada no baixo e um refrão matador. Depois disso nem tem mais o que comentar.

A guitarra de Perdendo Dentes soa meio Lenny Kravitz. Bem, talvez até a música toda em si, que é outro dos grandes hits da banda. Novamente o baixo bem marcado se mostra em perfeita sincronia com a doce voz de Fernanda Takai.

Mas tem também O Prato do Dia, que segue na mesma linha de peso de Rajneesh. Aliás, depois de um tempo, Takai disse que a música era tão pesada que Ulhoa é quem deveria ter cantado essa faixa. Mas convenhamos que caso isso tivesse acontecido, talvez ela não tivesse ficado tão boa.

E finalizando o disco, Quase, também cantada por John. Trata-se de uma baladinha acústica que soa quase country. Fala basicamente sobre o quase, ser quase alguém, ela ser quase alguém que você sonhou e afins.

Dadas as impressões, resta a conclusão de que o Pato Fu é uma ótima banda e Isopor um disco que merece o mesmo adjetivo.

E se depois de ouvir esse album alguém ainda tiver a cara de pau de dizer que o Cansei de Ser Sexy é uma das coisas mais originais que surgiram nos últimos tempos, tem que rever seus conceitos.

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