sábado, 28 de janeiro de 2012

Maria Gadú - Mais Uma Página

Em Dezembro passado Maria Gadú lançou seu segundo disco. E o título desse novo trabalho é autoexplicativo: Mais Uma Página. 

Ele sugere não uma página virada na carreira da cantora, mas sim uma continuação do que ela já havia feito em seu disco de estreia, Maria Gadú (2009).

Nesse novo trabalho, Gadú mostra que não só é uma cantora de personalidade forte, bem como ela cresceu ainda mais nos últimos dois anos. 

E provavelmente a maior prova disso sejam as letras bem elaboradas, que conseguem passar emoções sem cair em velhos clichês.

Um dos destaques mais significativos desse disco é Taregué. A julgar não só pelo nome, mas bem como ao ouvir a faixa, pode-se ter a impressão de que ela tem a pretensão de ser a Shimbalaiê (Maria Gadú, 2009) desse álbum.

Mas nem só de canções lentas e carregadas ao violão é feito Mais Uma Página. Linha Tênue é deliciosamente empolgante, mesmo sem ser exatamente rápida. Nela notamos uma melodia com um forte apelo pop. Dentro de um tempo será hit indiscutível. Só depende de a própria Maria Gadú querer.

Outro aspecto notável é o fato de Gadú apostar também em canções em outros idiomas, como o inglês e o espanhol. Long Long Time soa absolutamente doce, mesmo trazendo em dados momentos um piano mais carregado com notas mais graves. Já em espanhol temos Extranjero. A impressão é de uma canção de MPB que foi dar um passeio em Buenos Aires.

Outras apostas de Maria Gadú nesse novo álbum são participações especiais e regravações de músicas clássicas de outros artistas. Em Quem? a participação é de Lenine. Já em A Valsa quem entra na música é o cantor português Marco Rodrigues.

Sobre as regravações, temos Amor de Índio do Roupa Nova e Oração ao Tempo de Caetano Veloso. Nada contra o Roupa Nova, mas sem dúvida o destaque maior é para a música de Caetano.

Oração ao Tempo parece ter sido escrita para que Maria Gadú cantasse. E como se não fosse o bastante; ela entrou como tema de abertura da novela A Vida da Gente, da TV Globo, o que possivelmente alavancará as vendas desse álbum.

Ademais, só resta dizer que Mais Uma Página é um disco absolutamente autoral – e natural. Nele, Maria Gadú não força nada em momento algum. A honestidade e o sentimento em que ela passa em cada verso e a emoção e a beleza de cada arranjo tornam esse álbum um agradável exercício de musicalidade.

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