quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Guns N' Roses - Chinese Democracy

Há exatos três anos, era lançado mundialmente um dos discos mais aguardados de todos os tempos, o lendário Chinese Democracy, do Guns N’ Roses. Pode até não ser um dos melhores discos de rock de todos os tempos. E que, diga-se de passagem, está bem longe disso.

Porém, há de se concordar que, mesmo assim é um disco lendário, por uma série de motivos. O primeiro deles, é que Chinese Democracy levou pelo menos 10 anos para ser lançado.

Algumas pessoas até falam entre 13 e 15 anos, mas o fato é que ele começou a ser concebido em meados de 1998, e no ano seguinte, saiu o que seria o primeiro single: Oh My God, que entrou na trilha de End of Days, de Arnold Schwarzenegger. Mas no fim a faixa acabou nem entrando no disco.

As lendas que cercam esse disco são muitas, algumas delas um tanto quanto engraçadas. Uma delas, é que em meados de 2004, sobre trabalhar com alguns produtores no que ainda seria o projeto Chinese Democracy, a resposta de Axl Rose foi pegar os discos do que já tinha sido gravado, colocá-los em uma rampa e passar com sua Ferrari prateada por cima.

Outra, é que quando o bizarro (e genial) guitarrista Buckethead ainda estava na banda, para que ele se sentisse bem, uma espécie de galinheiro foi montado no estúdio, para que ele pudesse gravar.

Quando finalmente lançado, Chinese Democracy causou polêmica logo na saída. O disco foi banido das lojas e proibido de ser comercializado na China e o Guns N’ Roses está permanentemente proibido de tocar no país. Além disso, o disco foi acusado pelo governo chinês de ser uma tentativa do ocidente de “dominar o mundo”

Verdade seja dita, Chinese Democracy pode até ser inferior se comparado a outros discos do próprio Guns N’ Roses. Pode não ser tão matador quanto Appetite for Destruction (1987), ou pretensioso como o duplo (e épico) Use Your Illusion (1991), mas tendo conhecimento de todas essas indisposições que foram criadas sobre o disco e a banda de modo geral; é bastante válido e até mesmo necessário que se faça uma pergunta bastante pertinente: Em um mundo cada vez mais politicamente correto, quando foi a ultima vez que um disco de rock causou tanto incomodo?

Musicalmente falando, o disco tem sim seus momentos dispensáveis, como em Sorry, que conta com a participação de Sebastian Bach, ex-Skid Row. Talvez Scraped pudesse ser melhor também. Talvez.

Todavia, o disco de Axl Rose alcança momentos épicos, como em Street of Dreams, que outrora se chamou The Blues; nas faixas que fecham o disco, This I Love e Prostitute, nas inquietantes e reflexivas Madagascar e There Was a Time; e na genial Catcher in the Rye, que não se sabe por que cargas d’água, a versão com as guitarras de Brian May não entrou no disco.

O disco também tem outra verve. Destruidora. Mas no sentido bom da palavra. E isso fica claro logo nas duas primeiras faixas, a própria Chinese Democracy e a industrial Shackler’s Revenge, além de Rhiad and the Bedouins, que transita entre o industrial e o new metal. O disco também tem seus momentos com um maior apelo pop, embora ainda carregadas de guitarras, I.R.S e o hit-single Better fazem este trabalho.

Além de o próprio disco ser dividido em extremos, como acabou de ser dito, ele causa essa sensação de extremos em quem o ouve. Chinese Democracy é assim: Ou você ama, ou odeia. 

Outra reclamação quase constante é de que o álbum, em sua maior parte, não parece o antigo Guns N’ Roses. E não é para parecer mesmo, principalmente se levarmos em conta que a banda mudou de formação, inclusive no processo de composição de Chinese Democracy e que há um espaço de 15 anos entre o lançamento do mesmo e o de The Spaghetti Incident, ultimo disco do Guns N’ Roses com sua formação (quase) clássica, em 1993.

Levando todos estes aspectos em consideração, é até bastante recomendável que você ouça Chinese Democracy, caso ainda não tenha o feito. 

Afinal... vai que você ama. Ou odeia...

3 comentários:

  1. fiquei até um tanto famoso por defender o disco por horas em debates inflamados aqui pela ilha... kkk

    é genial e ponto.

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  2. Sei que não tem nada haver com o assunto, mas você podia fazer uma matéria sobre a evolução do fresno ou dos outros projetos tanto do lucas quanto do tavares... Vale a pena o som dos caras é muito bacana!

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  3. Tem post do "novo" EP da Fresno e do disco solo do Lucas Silveira (aka Beeshop). É só dar uma procurada.

    E quanto ao Tavares, to com o disco dele pra ouvir aqui, devo postar uma crítica ainda esse mês.

    Abraço.

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