sábado, 1 de dezembro de 2012

Keane - Perfect Symmetry

Começo o mês com um disco que eu nunca dei muita atenção, mas nos últimos dias acabou se tornando um dos meus favoritos sabe-se lá por qual razão, Perfect Symmetry (2008), do Keane.

Se em seus dois primeiros discos, Hopes and Fears (2004) e Under the Iron Sea (2006) o Keane apostava mais nos pianos do que em qualquer outro instrumento, em 2008 com o lançamento de Perfect Symmetry isso mudou pelo menos um pouco.

Logo de cara, Spiralling já causa espanto naqueles que nunca esperaram um Keane com tantos efeitos provenientes de sintetizadores e uma levada tão mais dançante.

Que a banda sempre teve uma queda por alguns sons dos anos oitenta não chega a ser exatamente um segredo. Mas a sonoridade conseguida nessa faixa é no mínimo surpreendente.

Aparecendo em seguida, The Lovers Are Losing até tenta seguir sob as mesmas influências da faixa anterior, mas acaba remetendo mais aos sons dos álbuns anteriores. Aqui, o piano, ainda que bem acompanhado do sintetizador, é quem carrega a música do início ao fim.

Algo a ser notado em Perfect Symmetry é que pela primeira vez a banda usa guitarras no disco de modo mais efetivo. Better Than This, que tem a mesma proposta e intenção de Spiralling, sendo carregada de sintetizadores e tendo uma batida mais dançante, apresenta também uma guitarra ligeiramente mais alta, fazendo a marcação dos versos e do refrão. Aliás, vale destacar que estas três primeiras faixas foram singles, além claro, da óbvia faixa título.

A escolha de faixas mais eletrônicas para serem as músicas de trabalho do álbum por si só não explicam a vontade de a banda mostrar que estava trabalhando com algo diferente. Inclusive, é facilmente perceptível que boa parte do disco apresenta isso.

Bons exemplos de que as influências do Keane nesse trabalho haviam mudado são You Haven't Told Me Anything e a rapidinha Again & Again.

Por outro lado, a temática das letras ainda não varia. Tim Rice-Oxley consagrou o Keane escrevendo sobre amor, melancolia, tristeza, decepção e outros temas do gênero. Se sempre funcionou, não seria agora que ele iria mudar.

Mas o Keane, até como já foi dito anteriormente no texto, sonoramente falando também, procura fazer uma busca em seus próprios arquivos para a composição desses então novos sons. O hit maior do álbum, Perfect Symmetry é indiscutivelmente a maior prova dessa afirmação, além também de Black Burning Heart, que aparece mais ao fim do disco.

Ou seja, ainda que algumas faixas pareçam mais animadas e dançantes, não se engane com a embalagem, o conteúdo ainda é bastante parecido com tudo o que já haviamos visto deles.

Em todo caso, mais uma vez, somos arrebatados por mais um trabalho de inquestionável qualidade dessa que a quase uma década atrás uma das mais gratas revelações que a música britânica deu ao mundo.

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