quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Madonna - The MDNA Tour (05/12/12 - São Paulo)

Posso falar de Madonna ao vivo com certo conhecimento de causa, já que é a segunda vez que eu a vejo (a primeira foi durante sua última passagem pelo país, em 2008, com a Sticky and Sweet Tour). Agora vou falar do show de ontem, no Estádio do Morumbi.

Por volta das nove horas, a dupla de DJs brasileiros Felguk começou a tocar de um modo... interessante. Juntando a música eletrônica com pop atual e até mesmo a presença de rock n' roll e heavy metal (!), animaram o público por cerca de uma hora - boa parte dela debaixo de chuva, o que provocou atrasos no show da rainha do pop.

Madonna nos faz amá-la e odiá-la ao vivo. Odiá-la durante a espera, que é quase sempre longa - a de ontem foi a mais curta da turnê brasileira, de "apenas" uma hora; e amá-la durante a apresentação. O primeiro ato, que começa com cânticos religiosos e um cenário semelhante a uma catedral, é extremamente violento, com a cantora portando armas de fogo falsas e é composto por uma tríade de músicas do novo álbum, MDNA - (Girl Gone Wild, Revolver e Gang Bang), que não empolgam tanto a plateia, mas surpreendem pela superprodução e pelo fato da cantora de 54 anos se deslocar pelo cenário com tamanha facilidade.

É claro que os fãs estão ali para ouvir os clássicos, e o primeiro deles é uma curtíssima introdução de Papa Don't Preach emendada em Hung Up (críticas à parte, Confessions on a Dancefloor, álbum que contém essa música, é o meu preferido de Madonna), que empolgou e arrancou passos de dança dos presentes. Como sempre polêmica, a cantora usa uma de suas músicas como arma para alfinetar Lady GaGa, que tenta tão desesperadamente ser a nova rainha do pop. Ao interpretar Express Yourself vestida como uma líder de torcida, ela encaixa os versos de Born This Way da "rival" e ainda provoca com She's Not Me - na minha opinião, um recado pertinente.

Comparado ao show de 2008, neste a cantora oferece mais interação com o público, mandando-o xingar a chuva e sendo adoravelmente simpática, inclusive insinuando um casamento moderno entre ela e duas fãs que estavam na pista premium, falando português e aparecendo com a palavra "safadinha" gravada nas costas. Clássicos como Vogue e Holiday (rara nessa turnê) levaram o público ao delírio, mas o melhor momento de um show da diva do pop é sempre Like a Prayer, cantada com vontade e emoção pela platéia e pelo coral trazido por Madonna ao palco. Na ausência decepcionante de Like a Virgin, a despedida se dá por Celebration e versos de Give It 2 Me, mostrando que mesmo sendo criticada pelo último álbum, quem é rei nunca perde a majestade e que a senhora Ciccone sabe, como ninguém, apresentar um incrível espetáculo visual e entreter qualquer um que vá assisti-la, além de trazer de volta clássicos que estão gravados na memória popular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Quem faz o Dance Para o Rádio