domingo, 12 de fevereiro de 2012

Velvet Revolver - Contraband

De tempos em tempos surgem alguns supergrupos com grandes estrelas do rock no cenário musical. Na maioria das vezes nunca dá certo, sobretudo pelo que as pessoas gostam de chamar de conflito de egos. 

Lá por idos de 2002, os ex-Guns N' Roses Slash, Duff McKagan e Matt Sorum se juntaram para alguns concertos, mas nada sério.

Mas no ano seguinte a coisa mudou de figura, e um guitarrista base foi recrutado para o grupo. Dave Kushner, que havia sido colega de escola de Slash e que por coincidência já havia trabalhado com Duff tempos antes.


O antigo guitarrista base e compositor do Guns N' Roses, Izzy Stradlin, chegou a ser convidado para o novo projeto, mas acabou recusando.

Mas ainda faltava algo fundamental: um vocalista. E eis que Scott Weiland que recém havia deixado o Stone Temple Pilots surge como um nome forte. Mas só tinha um problema: Weiland estava preso. Resultado: A banda teve que esperar o vocalista deixar a cadeia para iniciar os trabalhos.

Mas entre um contratempo e outro, ainda em 2003 a banda finalmente entrou no estúdio e iniciou os trabalhos para um disco de estreia. E então, foi concebido Contraband, lançado em junho de 2004.

E logo nos primeiros momentos do disco já fica claro quem está por trás do baixo que inicia a porrada que estaria por vir em Sucker Train Blues.

Aliás, se não fosse por três baladinhas, Contraband seria um disco rápido e nervoso do início ao fim. Mas claro, todo disco precisa de suas músicas lentas para quebrar o ritmo. E por esse lado da coisa, Fall to Pieces e Loving the Alien fazem esse trabalho de frear o álbum de forma admirável, devidamente colocadas nos lugares certos.

Mas mesmo com grandes músicos e um vocalista de renome dentro do rock, algumas pessoas ainda se preocupavam em como poderia sair o disco. E talvez elas até tivessem um pouco de razão, afinal, como poderia soar um trabalho de músicos de hard rock com um vocalista de grunge?

A resposta é simples: Não poderia ter sido melhor. Até mesmo porque, é bem verdade que o Stone Temple Pilots sempre teve um pé no hard rock embora tenha se consagrado na onda grunge de Pearl Jam e Alice in Chains.

Mas claro que não eram apenas as influências de Slash e Duff que iriam se fazer valer no disco. Prova disso é Do it for the Kids, que consegue soar como antiga banda de Scott, mas sem deixar ter as veias de hard rock, sobretudo pelos solos de guitarra presentes na faixa.

Um dos grandes hits do álbum é a poderosa Slither, que se caracteriza basicamente por ser rápida, suja e direta; exatamente como Slash e Duff costumavam fazer em outros tempos.

Algo que potencialmente ajudou a alavancar as vendas do disco foi Set Me Free ter entrado na trilha sonora do filme Hulk. Ela segue na mesma pegada do disco e teria tudo pra ser um dos grandes hinos do rock da década passada, principalmente por seu riff inicial de guitarra que imediatamente nos faz pensar uma coisa: É Slash!

E já quase no fim do disco, claro que a influência que Duff recebe do punk rock não poderia ser deixada de lado. Em Dirty Little Thing, a banda faz essa mistura de punk e hard rock como poucos. E diga-se de passagem que o baixo até faz lembrar um pouco de It's So Easy (Guns N' Roses Appetite for Destruction, 1987).

A prova cabal de que Contraband é um grande disco, foi as vendas e certificações de ouro e platina que o disco recebeu logo na saída. Também pudera, é uma grande faixa atrás da outra.

Em todo caso, três anos depois a banda lançou o sucessor de Contraband; Libertad, que é um disco bastante consistente, mas claramente inferior ao primeiro.

Mas como acontece com todos os supergrupos, o Velvet Revolver conheceu o seu fim pouco tempo depois, principalmente por problemas envolvendo o vocalista Scott Weiland. Mas ainda assim, há quem afirme que a banda esteja apenas em hiatus por tempo indeterminado. 

Mas passado o tempo, o fato é que Weiland voltou ao Stone Temple Pilots, Slash está tocando a turnê de seu disco solo e Duff McKagan com sua banda, o Loaded – além de periodicamente fazer participações em shows do Guns N' Roses.

E tudo isso, se visto com olhos de apreciadores de boas bandas, chega a ser até uma pena, pois o Velvet Revolver tinha tudo pra ser (e talvez até fosse) a banda a salvar o rock com novos trabalhos sem se apoiar em coisas antigas.

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