Dois grandes discos conceituais logo no primeiro semestre e que trabalham tradição e modernidade sem soar forçado. A musica brasileira agradece!
Avante - Siba: Siba e a ode ao movimento!
No primeiro dia do ano de 2012, Avante veio como avalanche para tomar conta das listas de melhores do ano. O conceito é literalmente uma ode ao movimento, letras que empilham desenfreadamente a descrição de cenas, acontecimentos, mostrando que até aquilo que aparenta não mover, grita forte a inquietude da ação, como os coqueiros (Coqueiros parecem vigias felizes/Que zombam do tempo que engole os humanos/E assim passam dias e meses e anos/Não cedem, não cansam, não tem cicatrizes) e os edifícios (Com olhos de vidro de cores berrantes/Balançam edifícios de quarenta andares/Que olhados de longe se parecem altares/Do culto esquecido de uns deuses gigantes) de Cantando Ciranda na Beira do Mar. Tudo isso demarcado com uma guitarra e uma tuba(!) em contraponto, empurrando as canções para o conceito passar de uma simples ideia até a cabeça dos discos do ano.
http://www.mundosiba.com.br
No primeiro dia do ano de 2012, Avante veio como avalanche para tomar conta das listas de melhores do ano. O conceito é literalmente uma ode ao movimento, letras que empilham desenfreadamente a descrição de cenas, acontecimentos, mostrando que até aquilo que aparenta não mover, grita forte a inquietude da ação, como os coqueiros (Coqueiros parecem vigias felizes/Que zombam do tempo que engole os humanos/E assim passam dias e meses e anos/Não cedem, não cansam, não tem cicatrizes) e os edifícios (Com olhos de vidro de cores berrantes/Balançam edifícios de quarenta andares/Que olhados de longe se parecem altares/Do culto esquecido de uns deuses gigantes) de Cantando Ciranda na Beira do Mar. Tudo isso demarcado com uma guitarra e uma tuba(!) em contraponto, empurrando as canções para o conceito passar de uma simples ideia até a cabeça dos discos do ano.
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Também no mesmo esquema usado por Siba, O Deus que Devasta Mas Também Cura sai diretamente para download gratuito no site, e vem fazer barulho tão forte quanto. No conceito das letras, o retrato de um cidadão em conflito (retrato de todos nós então), que sofre a dor de ver uma catástrofe natural (uma enchente poetizada em versos acusatórios na musica que abre e leva o titulo do disco – Carros sobre o alambrado/ pista coberta de barro/ Bancas e escolas fechadas/ Quando a cidade parou/ Por causa da fúria de um Deus) ou levar um pé na bunda em Para Onde Irá Esta Noite?, e passa momentos de felicidade pura com os filhos na praia em Dia de Furar Onda no Mar, chegando ao final do álbum a conclusão que a graça da vida ta nesse desequilíbrio: imprevistos hão de ter/ precipícios para saltar/ os enigmas para desvendar/ e batalhas para vencer. Tudo isso com um trabalho sonoro em que orquestrações e programações eletrônicas se misturam sem nunca soarem esquisitas e desconexas. É o músico da segunda faixa do disco (musica inspiradíssima de Tom Zé, Hebert Vianna e Bi Ribeiro) que semeia suas angustias e alegrias como um “trem que tem ignição de ser pólen porque ... domina, insemina”.
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