terça-feira, 25 de setembro de 2012

Muse - The 2nd Law

Logo na primeira faixa de The 2nd Law, o mais novo trabalho do Muse, se nota que definitivamente será mais um grande disco produzido pela banda. E sem sombra de dúvida é.

Embora ao longo do tempo tenha sido pregado que o Muse nada mais era do que uma espécie de substituto natural do Radiohead, esse novo trabalho vem não só para contestar isso, como também para derrubar essa tese.

Em Supremacy, faixa que abre o álbum, a pretensão e a grandiosidade trazida em cada acorde, cada arranjo e cada verso cantado por Matt Bellamy mostra que a banda pretende, pode, e deverá ser - a seu modo, o substituto natural do Queen.

O baixo cheio de efeitos de Chris Wolstenholme nessa faixa casa perfeitamente com a sequência orquestral e a bateria de Dominic Howard levada num toque de caixa militar.

O Muse sempre se mostrou uma banda experimental. Flertar com outros estilos além do rock convencional com a trinca guitarra, baixo e bateria sempre foi uma especialidade do grupo de Teingmouth.

Levando isso em conta, nota-se que o pop tem um espaço bastate significativo no disco. Madness e Follow Me aparecem como uma espécie de dream-pop, embora a primeira procure diminuir o baque da inquietude da faixa inicial e a segunda traga uma proposta mais dançante, quase um pop europeu do fim dos anos 90. 

Panic Station por sua vez, faz lembrar Michael Jackson em seus tempos áureos de Thriller (1983) e Bad (1987). Nessa faixa deliciosamente dançante, a guitarra ritmada junto com o baixo em slap ao melhor estilo funk rock, mostra que a banda tem plenas condições de se aventurar em outras vertentes.

Em Survival a banda volta aos pianos, com Bellamy se aventurando por dois ou três tipos de vozes, intercalados com solos de guitarra ao melhor estilo Brian May, implicando em uma musicalidade verbal e uma expressividade harmoniosa e melódica que traduzem na cadência rítmica e principalmente em sua letra, o individualismo em contínua exaltação. Ironicamente, foi a música tema dos Jogos Olímpicos de Londres, onde exalta-se o espírito da esportividade e da coletividade.

Outro aspecto destacável nesse álbum é o fato de Wolstenholme cantar não apenas uma, mas sim duas faixas. Save Me e Liquid State, onde ele procura expor algumas das dificuldades pelas quais ele passou na vida, sobretudo o do vício no álcool.

Aliás, sobre a segunda, podemos até dizer que a banda foi buscar um pouco do referencial na composição desta no hard rock americano do final dos anos 80. As guitarras fazem lembrar bastante alguns sons do Mötley Crüe.

E chegando no final do disco, quando se imagina que o Muse não pode mais surpreender, vem a primeira The 2nd Law, que mistura orquestra com sons que serviriam de trilha sonora de Star Wars, até que então... electropop alemão. Vocais robóticos e sons eletrônicos tirados da guitarra conduzem a faixa que sem sombra de dúvida tem muita influência do Kraftwerk.

A segunda parte de 2nd Law, que fecha o disco por definitivo, aposta na tranquilidade. Levada em um piano solene, ela aparece como se tivesse a intenção de fazer com que o ouvinte recuperasse o fôlego depois de um disco absolutamente implacável, emotivo e que foge totalmente da convencionalidade, até mesmo para o Muse.

Ao final do disco, ficam algumas certezas: Primeira, o Muse é definitivamente uma das maiores bandas do mundo na atualidade. É difícil imaginar uma banda em um nível tão elevado quanto o deles. Segunda, o Radiohead ficou para trás, ficou pequeno. Terceira, mesmo com uma sequência de ótimos discos, começando com Absolution (2003), passando por Black Holes and Revelations (2006) até chegar em Resistance (2009), The 2nd Law é definitivamente o melhor disco da carreira da banda até então.

Um comentário:

  1. Radiohead pra trás? The King of Limbs que é o pior disco do Radiohead dá uma surra nesse 2nd Law rs

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