Por: Antônio Altvater
Sempre será um desafio pra mim
falar do trabalho de Bob Dylan. Conheci o som do bardo, quando já estava com os
meus 17 anos, e aos poucos seus discos começaram a fazer parte da minha lista
de favoritos e depois finalmente entrando para o meu repertório de músico.
A calmaria que precede a
tempestade, essa velha frase, batida e tão simbólica, creio eu que seja a
melhor forma para descrever a atmosfera de criação e de composição do último
disco da eterna Rolling Stone, Bob Dylan três anos desde os seus dois últimos
lançamentos Together Through Life (2009) e Christmas in the Heart (2009).
Dylan ainda mostra competência na arte de se reinventar, arte
essa, que acompanhou a carreira deste que já fora considerado o
"Judas" da música folk. A relação entre o bardo e a crítica nunca
fora muito amigável, muitos críticos não tiveram piedade em surrar Dylan,
principalmente durante as suas últimas produções, na fase Jack
Frost, acusações de plágio entre outras fortes pancadas rodearam os
últimos discos como os trechos do livro
Confession of a Yakuza em músicas do Love & Thief (2001) e do Modern Times (2006).
Bem,
era óbvio que a resposta a crítica estava por vir, como aquele sujeito que toma
uma surra de acordo nas ruas e planeja com cuidado a vingança que está por vir.
Não que considere a ideia de que Dylan teria produzido o disco Tempest como uma
forma de respostas a toda essa perseguição da crítica. Muito pelo contrário,
mas é notável que o disco fala por si só.
Tempest é um disco extremamente
denso, capaz de lançar um sujeito, que mesmo não sendo conhecedor da obra de
Bob Dylan, a um emaranhado de sentimentos, tão humanos e tão intensos, tarefa
árdua no mercado musical atual.
Não vou destrinchar faixa a faixa por aqui, acho que isso,
tratando-se de um disco como esse, de natureza tão intimista, tal trabalho merece
ser feito pelo próprio ouvinte. Mas durante a minha primeira audição ao
Tempest, ficou impossível não destacar a violência de Pay in Blood, a
melancolia de Long and Wasted Years, Scarlet Town, a
própria Tempest, além de Roll on John, que pra mim bateu de
primeira, ao contrário de alguns dos meus amigos Dylanescos. A faixa trata-se da visão de Dylan sobre a sua
relação com John Lennon.
Gostaria de deixar aqui dois links muito pertinentes ao
disco. O primeiro se trata da entrevista feita pela Rolling Stone com Dylan,
onde falaram sobre os discos, críticos, Obama e outras coisas mais:
O segundo link, trata-se de
uma entrevista feita por Márcio Grings da Rádio Gaúcha SM com o jornalista
Eduardo Bueno (Peninha). Os dois comentam cada faixa do disco. Vale a pena:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=417444354969336&set=a.412318425481929.87799.412279838819121&type=1&theater
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Em tempo, se vocês não conhecem o trabalho do Antônio, autor do texto acima, muito influenciado pelo Bob Dylan, diga-se de passagem; sugiro que confiram os links abaixo:
Dance Para o Rádio: Antônio Altvater - Medo da Cidade
Dance Para o Rádio (Entrevistas) - Antônio Altvater
Sessão Sonora
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Em tempo, se vocês não conhecem o trabalho do Antônio, autor do texto acima, muito influenciado pelo Bob Dylan, diga-se de passagem; sugiro que confiram os links abaixo:
Dance Para o Rádio: Antônio Altvater - Medo da Cidade
Dance Para o Rádio (Entrevistas) - Antônio Altvater
Sessão Sonora
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