A frase é do icônico líder da lendária banda de Chicago, Billy Corgan.
E é com essa pressão de ser bem sucedido que chega às
lojas do mundo inteiro Oceania, o sétimo disco de inéditas dos Smashing Pumpkins.
Logo no início, Billy Corgan e seus novos Pumpkins mostram que vieram para mostrar serviço, depois de um longo hiato desde o lançamento do consistente, embora bastante criticado Zeitgeist, em 2007.
A primeira faixa, Quasar, até faz lembrar algumas peças
do seu antecessor, com guitarras implacáveis e uma bateria trabalhando em ritmo
frenético faz o ouvinte não ter dúvida: Billy Corgan está em grande forma,
tanto em termos vocais, como músico, bem como compositor.
Aliás, sempre se ouviu dizer que, com exceção de Corgan, a única pessoa insubstituível na banda era o baterista, Jimmy
Chamberlin. Ledo engano, ele não só foi substituído, como seu sucessor, o jovem
Mike Byrne de apenas 22 anos, ocupa o lugar de Chamberlin tocando à sua altura.
A faixa seguinte, Panopticon, continua na mesma pegada. Nessa, o destaque
maior é para a construção melódica, que tem um solo de guitarra acompanhando
praticamente todos os versos da música. Outro ponto notável são as linhas de
baixo, bem como os efeitos usados por Nicole Fiorentino.
Mas engana-se quem pensa que a banda manteria o ritmo
acelerado do início ao fim do disco. Desde Siamese Dream (1993) que as coisas não
funcionam mais assim para Billy Corgan. Não seria agora que iria mudar.
The Celestials é um dos momentos de maior serenidade do
disco. Até cresce e ganha guitarras encorpadas em determinados momentos, mas
ainda assim, é uma das faixas mais doces do álbum.
Em Oceania, Billy Corgan também volta a trabalhar com
elementos eletrônicos. Da última vez que ele os usou com mais frequência, havia
sido em Adore (1998). One Diamond, One Heart e Pinwheels são as peças mais “tecnológicas”
desse novo trabalho, embora haja várias camadas de guitarra base e até solos
cheios de feeling nessas faixas.
Outra coisa bastante presente nos discos dos Pumpkins de
um determinado período pra cá são as faixas longas, geralmente com mais de oito
minutos de duração. Em Oceania, é a própria faixa disco, que mescla momentos de
depressão, serenidade e euforia ao longo de seus pouco mais de nove minutos,
que conta até com duelos de guitarra entre Corgan e Jeff Schroeder.
Em Glissandra e Inkless, a banda busca a influência em si
mesma, fazendo uma espécie de resgate ao passado, trazendo um som ora cru, ora mais denso, com
efeitos de guitarra genuinamente pertencentes ao som dos Pumpkins.
Já Windflower fecha os trabalhos exatamente como deve ser.
Uma faixa com tons de fim de álbum, soando até mesmo como uma espécie de despedida
(que a gente espera que seja por tempo determinado).
E em uma última análise, há de se dizer que Oceania era tudo que os Smashing
Pumpkins precisavam nessa altura da carreira. É um disco que consegue fazer um apanhado geral de tudo o que a banda
produziu até aqui, mas sem ser enjoativo, além de conseguir assimilar novas
influências e coloca-las no álbum sem soar artificial.
Se será um sucesso de vendas, isso é outro problema. Mas se Billy Corgan não queria que o disco falhasse na simples tentativa de ser bom, ele conseguiu. Oceania não é bom. É mais do que isso. É ótimo.
Se será um sucesso de vendas, isso é outro problema. Mas se Billy Corgan não queria que o disco falhasse na simples tentativa de ser bom, ele conseguiu. Oceania não é bom. É mais do que isso. É ótimo.
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