18 anos sem Kurt
Cobain. Nada de lamentações, já que foi ele quem escolheu acabar com a própria
vida, e talvez esse tenha sido o melhor jeito de seu nome virar uma lenda.
De um moleque deprimido de Seattle à personificação do rockstar que não queria ser
rockstar, Nevermind é decididamente sua obra-prima, ou a que reflete melhor o
impacto causado pela banda na mídia, já que In Utero (1993) foi um disco
difícil e Bleach (1989) era barulhento e sujo demais para o mundo mainstream.
Embora Kurt seja
a estrela principal, é necessário lembrar que o Nirvana era uma banda, e que o
disco foi feito por três pessoas: Kurt, o baixista Krist Novoselic e o
baterista Dave Grohl, que muitas vezes ficam à sombra da grande estrela que era
Cobain.
A prova disso, é que muitos que veem os Foo Fighters na televisão hoje em dia
não sabem que o vocalista era o baterista do Nirvana.
O disco abre com
a faixa definitiva do grunge, Smells Like Teen Spirit, responsável
por derrubar das paradas as bandas cabeludas de Hollywood. Todo o disco segue a
fórmula do Nirvana, músicas simples, distorcidas e com letras inspiradas pela
heroína e pela depressão. A diferença desse para Bleach é que Nevermind é bem
mais limpo em termos de produção, o que pode ter facilitado o sucesso.
Porém, a maioria
das pessoas conhece apenas o lado MTV de Nevermind: os singles Come As You Are, Lithium (o ode à bipolaridade), In Bloom (mais um dos conhecidos desprezos de Kurt Cobain à vida), a já citada Teen Spirit e a balada sobre estupro, Polly, que ganhou
uma versão punk na coletânea Incesticide, de 1992, lançada para manter o
Nirvana na cabeça dos fãs de rock enquanto eles não lançavam um disco novo.
Mas, as músicas mais interessantes (já que, de tanto ouvir o disco, os singles
acabam ficando cansativos) são as de 7 a 12: Territorial Pissings, Drain You (minha preferida de todas do Nirvana, com momentos de
insanidade musical e uma letra sobre submissão no amor), Lounge Act, Stay Away (um punk rock que tem uma versão alternativa
chamada Pay to Play, presente no bootleg Outcesticide) e On a Plain, que é mais legal no original do que em sua versão acústica de
1994, tão conhecida pelo mundo.
Para encerrar,
um drama choroso com direito a violoncelos e quase inaudível em volumes baixos,
Something in the Way - uma história extremamente romantizada sobre
a época em que Kurt
Cobain vivia nas ruas.
Gostando ou não,
é impossível discordar: Nevermind, Kurt e o Nirvana marcaram época em várias
gerações. Qualquer que seja a teoria sobre sua morte, suicídio ou assassinato,
aqui fica mais uma homenagem: descanse em paz, Kurt Donald Cobain.
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