sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

The Stone Roses - The Stone Roses

Você pode até nunca ter ouvido falar em Stone Roses, ou então nunca ter escutado esse disco por inteiro, mas tenha consciência de que ele é constantemente citado como um dos melhores álbuns de estreia de todos os tempos – isso quando não é colocado como o melhor.

Lançado em 1989, dava o pontapé inicial no movimento que era conhecido como Madchester, que nada mais é do que uma espécie de trocadilho com mad (louco) e o nome da cidade em que viviam, Manchester. 

E na verdade até faz bastante sentido, porque a música era de fato louca. O estilo tem suas raízes nas guitarras dos clássicos ingleses mas também buscavam inspiração nas batidas eletrônicas e claro, em drogas sintéticas.

Seja na versão original ou na americana (que é melhor), o não dá pra dizer que essa ou aquela faixa é clássica. Afinal, quando um disco é clássico, todas as suas faixas são verdadeiros hinos. E era isso o que as 11 (ou 13) músicas do debut do Stone Roses eram na Inglaterra do final dos anos 80 e início dos 90.

Abrindo o disco, I Wanna Be Adored é caracterizada sobretudo pelas linhas de baixo de Mani, que apesar de ser facilmente executável, soa genial e incrível. E com o passar do tempo se tornou uma das mais linhas lembradas e adoradas (com o perdão do trocadilho).

Aliás, sobre She Bangs the Drums, que dá sequência ao disco; é perfeitamente aceitável que se dê os mesmos adjetivos creditados à Adored

Normalmente, a terceira faixa seria Waterfall, mas na versão americana entrou a excelente Elephant Stone, que traz uma batida mais acelerada, com alguns elementos de funk-rock, mas sem deixar de ter identificação com o som do Stone Roses. E uma curiosidade sobre essa faixa, é que ela é a única do disco a ser produzida por Peter Hook, ex-baixista de Joy Division e New Order e que veio a trabalhar com Mani e Andy Rourke do Smiths anos mais tarde no projeto Freebass.

Mas engrana-se quem acha que o Stone Roses amparava-se apenas em músicas alegres e dançantes. Prova disso é Made of Stone, que começa triste, com uma guitarra quase chorosa, acompanhada de um baixo incisivo, soando exatamente como uma música de fins de década, como quem quer decretar o fim de algo. Aliás, nessa mesma linha, o disco ainda conta com This is the One.

E fechando o disco, Ian Brown e seus companheiros apostaram em músicas mais alegres, como I am the Resurrection, que soa bonitinha e inocente, uma prova claríssima de que boa parte das referências musicais da banda estão nos anos 60. E não podíamos esquecer claro, da suingadíssima Fools Gold, que embora já fosse uma música bastante conhecida pelo menos na Inglaterra, se tornou muito mais popular na última década por ter entrado na trilha do game GTA San Andreas.

A única diferença entre a versão que entrou no jogo e a do álbum, é que a do game – e que tocava nas rádios na época do lançamento do disco, tinha pouco mais de quatro minutos. A do álbum tem quase dez.

Outra coisa muito legal no disco é a capa. Não que seja algo inovador, extraordinário ou algo do gênero, mas sempre é algo interessante de se destacar quando um dos membros da banda é o responsável pela arte; e nesse caso, o guitarrista John Squire.

E pra quem conheceu a banda depois do seu fim em 1996 e sempre viveu a lamentar o fato de nunca ter a oportunidade de ter visto a banda e todos os seus hits ao vivo, boa notícia (e um pouco velha): A banda se reuniu em toda a sua formação original e tem três datas em Manchester para a metade desse ano e até mesmo a possibilidade de um novo trabalho. Com isso, fica a expectativa de uma turnê mundial.

Mas enquanto o Stone Roses não faz uma tour pelo mundo e resolve dar as caras por aqui, aproveite pra ouvir esse disco mais uma vez e fazer uma viagem louca pelo disco do principal expoente do estilo que de certa forma criou o que conhecemos por Britpop.

E caso você ainda não conheça ou tenha ouvido apenas uma ou outra faixa em separado, aproveite a ótima dica (e oportunidade) de conhecer um dos melhores trabalhos que a terra da Rainha já concebeu.

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