A espera acabou. Depois de quatro anos, finalmente saiu Strangeland, o quarto álbum de estúdio do Keane.
Na verdade, ele ainda não saiu, uma vez que seu lançamento oficial está marcado para o próximo dia sete, conforme foi anunciado aqui.
Sendo assim, vamos tentar colocar de uma outra forma: Vazaram o disco.
Pois bem. Ao longo dos últimos anos, algumas dessas bandas mais novas, ou que só vieram a ganhar notoriedade na última decada, tentaram fazer mudanças periódicas ou bruscas em sua sonoridade.
Temos como exemplo de como não fazer isso o Strokes, com o seu Angles (2011) e o The Killers em Day & Age (2008).
Com o Keane a coisa já é um pouco diferente. A mudança ao longo dos anos finalmente tem uma explicação plausível. A resposta para todas as perguntas que os fãs vinham fazendo no período correspondente entre Hopes and Fears (2004) e Perfect Symmetry (2008) está em Strangeland.
A banda estava passando por um processo de evolução, até chegar a maturidade plena de seu som. Não que não houvesse isso nos outros discos da banda. Aliás, Hopes and Fears (2004) é um dos discos mais "feitos com o coração" já produzidos na história da música.
O ponto é, Strangeland é como uma espécie de apanhado da discografia do Keane até então, salvo algumas novas influências, até bastante naturais nesse processo.
Aliás, ainda falando em Hopes and Fears (2004), muito se disse que o Keane havia retornado à sua sonoridade original em Strangeland. Talvez sim, mas um pouco. Não tanto quanto disseram por aí.
Primeiramente porque Strangeland é um disco muito mais pessoal do que os seus antecessores. Hopes and Fears era o disco que o Keane precisava pra entrar no mainstream e mostrar que veio a serviço. Já Under the Iron Sea (2006) procurava a consolidação do sucesso, e Perfect Symmetry (2008) por sua vez, era o auge.
Pois bem, vamos as faixas. You Are Young abre o disco de maneira serena. Logo na primeira nota do piano já se tem certeza: É Keane!
Aliás, Tim Rice-Oxley conseguiu uma coisa no rock que normalmente baixistas e guitarristas conseguem, que é fazer com que as pessoas saibam que é um determinado músico que está tocando. É quase um processo de associação de nome à imagem. Nesse caso, de nome ao som.
A segunda faixa é hit absoluto. Pelo menos do disco. Silenced by the Night tem um refrão viciante e uma melodia deliciosa, que acalma a mente de modo quase inexplicável.
Aliás, falando em bons refrões, encontra-se um quase tão bom quanto o de Silenced by the Night mais à metade do disco, em The Starting Line.
E quando digo que Silenced by the Night é hit absoluto do disco, é porque Strangeland é um disco tão pessoal, tão feito para os fãs e para a própria banda, que talvez a crítica "especializada" não reconheça a qualidade presente nele, classificando-o como um disco "difícil".
Em todo caso, quem disse que o Keane era fácil? Se querem coisas fáceis e sem sentido, que vão ouvir o último do Arctic Monkeys então.
Mas voltando ao que interessa, logo na primeira audição de Strangeland algumas faixas se destacam e saltam aos olhos mais do que as outras. Watch How You Go é uma delas. Soa como um dia chuvoso e cinzento.
Por outro lado, nem tudo é tristeza no novo álbum do Keane. Quando eu disse logo acima que novas influências foram introduzidas no som da banda nesse novo trabalho, elas aparecem gritantemente em faixas mais rápidas e dançantes como On the Road e na quase eletrônica Day Will Come.
Outra que não poderia deixar de ser citada e que provavelmente será o próximo single, depois de Disconnected, é Sovereign Light Cafe, que fala basicamente de um cara tentando falar com uma mulher, mas ela não dá a mínima para o que ele diz. Tema recorrente nas músicas do Keane.
O disco é finalizado de maneira mais serena do que começou. Sea Fog é carregada do início ao fim com um piano bastante introspectivo, dando o tom certo que o fim do disco precisa, como se fosse uma despedida.
E como já foi dito antes, Strangeland pode até ser classificado como um disco difícil. Mas, como também já foi mencionado anteriormente, ele consegue misturar todas as vertentes usadas nos discos da banda até então, desde uma música mais triste levada num piano, ou então ter elementos mais sintetizados, eletrônicos.
Por fim, o fato é que Strangeland não é um disco para angariar novos fãs para o Keane. É uma espécie de agrado aos antigos.
Por fim, o fato é que Strangeland não é um disco para angariar novos fãs para o Keane. É uma espécie de agrado aos antigos.
Concordo bastante com a crítica e acho que é o tipo de album que quanto mais se ouve mais se gosta. Só uma coisa, a faixa se chama "You are young", não "We are young".
ResponderExcluirVerdade. Ato falho meu. De certo que eu estava com Alright do Supergrass na cabeça.
ExcluirAquela coisa: "We are young, we run green. Keep our teeth nice and clean..."
Corrigirei. Obrigado por notar.
Concordo com a crítica. E, sim, o cd é ótimo!!! Todas as músicas são maravilhosas!
ResponderExcluirPor questão de gosto mesmo as músicas desse novo álbum não me empolgaram em nada. Já ouvi todos os álbuns do Keane e em todos eu fiquei viciado mas é incrível a tamanha diferença entre os primeiros 3 e esse. Diferença pra mim que quando ouvia um álbum do Keane não me interessava mais nenhum outro,mas esse foi tão desinteressante que era a minha última escolha
ResponderExcluirEspera que uma diferença de 4 anos iria vir um álbum grandioso, só que não.
Desculpe-me Keane
Concordo com tudo na crítica. E acrescento que, pelo menos comigo, os álbuns foram me ganhando aos poucos, até não sobrar nenhuma música que eu não goste. É um tipo de banca que marca pelo sentimento (letras e melodia), e não pelo impacto. Provavelmente o Mateus vai viciar em Strangeland logo logo. A banda ao vivo é outra particularidade às demais: contagiante.
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